quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cravos Brancos


Cravos brancos, cravos brancos como o leite, Que as noivas levam para a Igreja ao ir casar, Cravos da cor das escumilhas do corpete, Brancos de espumas atiradas pelo mar. Cravos brancos invejados pelos goivos, Cravos brancos que de branco dão vertigens; Cravos que são como hálitos de noivos, Beijos de noivos embaciando mãos de virgens! Cravos brancos, cravos, lágrimas d’anjo, cravos de Maio cor de luto de noivado; Cravos do luar que sorri como um arcanjo A meditar no seu castelo enamorado. Ó cravos brancos! Brancas flores misteriosas, Seios ireis agasalhar com vossas neves, Seios macios como pétalas de rosas, De carne rija, sangue quente e curvas breves. Flores dormentes de volúpia e de desejos, Sempre a sonhar pressas aos seios das donzelas, Amarrotadas pelo fogo de seus beijos E sempre brancas, sempre puras, sempre belas!Flores que as noivas levam presas na caçoula Das mãos de arminho, cravos brancos, para o altar, Para, ao voltar com as faces de papoula, Dá-los às virgens para logo irem casar. Cravos brancos como as mãos da minha amada, Quando eu descer à terra fria, num caixão,Desabrochai, brancos soluços d’alvorada Ò cravos brancos que plantei no coração.

Sem comentários:

Enviar um comentário