terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A fonte


Canta uma fonte baixinho
ao nascer da madrugada:
Quem quer a minha água fresca?
Quem quer botar-se ao caminho
com sua cara lavada?

Diz a fonte ao fim da tarde
esperando algum viajante:
Quem quer a minha água clara?
Quem quer ser aquele amigo
que de longe me chegara?

Chora a fonte ao meio-dia
triste de se ver tão só:
Quem quer a minha água boa?
Quem vem escutar o segredo
que um sapinho me contou?

Lembra a fonte, em seu cuidado,
quando espreita a noite escura:
Quem quer a minha água leve?
Quem quer que a sede adormeça
num soninho descansado?

Qual é a coisa
qual é ela
que quanto mais
alto está
melhor se lhe chega?

Sem comentários:

Enviar um comentário