Sonhei que estava ali, perto do mar,
E que o mar me dissera com tristeza;
«Nosso Portugal, com muita estranheza,
Quis-me, há muito tempo, abandonar.
Mas, se em tempos lhe dei tanta grandeza
E por mim o deixei sempre passar,
Como podia sem mim prosperar,
Se só eu lhe podia dar riqueza?»
O mar, porém, bastante condoído,
Afirmou, assim, nada ressentido:
E de novo crescer na economia.»
O meu sonho ainda foi continuado
E quis a Portugal o transmitir.
Portugal, porém,não me quis ouvir,
Por meu sonho achar disparatado.
Logo acordei nervoso e revoltado
E pedi-lhe para muito reflectir
Na gente do país, sempre a sair,
Para ganhar o pão por si negado.
Teimei ainda em o esclarecer
Do que o mar me pediu para dizer,
Mas logo respondeu que ia pensar.
Ao vê-lo adormecido e sem acção,
Recordei-lhe que a sua vocação
Já foi e será sempre só o mar.
publicado por Albino Matos
E que o mar me dissera com tristeza;
«Nosso Portugal, com muita estranheza,
Quis-me, há muito tempo, abandonar.
Mas, se em tempos lhe dei tanta grandeza
E por mim o deixei sempre passar,
Como podia sem mim prosperar,
Se só eu lhe podia dar riqueza?»
O mar, porém, bastante condoído,
Afirmou, assim, nada ressentido:
E de novo crescer na economia.»
O meu sonho ainda foi continuado
E quis a Portugal o transmitir.
Portugal, porém,não me quis ouvir,
Por meu sonho achar disparatado.
Logo acordei nervoso e revoltado
E pedi-lhe para muito reflectir
Na gente do país, sempre a sair,
Para ganhar o pão por si negado.
Teimei ainda em o esclarecer
Do que o mar me pediu para dizer,
Mas logo respondeu que ia pensar.
Ao vê-lo adormecido e sem acção,
Recordei-lhe que a sua vocação
Já foi e será sempre só o mar.
publicado por Albino Matos
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